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domingo, 3 de março de 2019

Ameaça de Um Anjo - Opinião | Book Review

Ameaça de Um Anjo

Título do livro: Ameaça de Um Anjo
Nome da Autora: Patrícia Lourenço Ferreira
Editora: Chiado Editora
Número de páginas: 578 páginas
Sinopse: «Elena Cam sentia que não se encaixava em Angels, sempre se sentiu uma estranha até mesmo no seu próprio corpo. Até que foi salva por um desconhecido que mudou a sua vida por completo.
Apareceu-lhe tatuagens e poderes afectando a sua vida e a dos seus amigos, Bella e os gémeos, Landon e Justin.
Aquilo que começara por parecer algo estranho e ao mesmo tempo fantástico começou a ser ameaçado por uma figura desconhecida, que a perseguiria. Seria aquele que a salvara estaria pronto para a matar? Porque daria ao trabalho de a salvar para depois a perseguir?
Ao descobrir que era uma Nephilim, metade anjo metade humana, começa a desconfiar de Ethan Fallen que mudara-se para Angels no momento em que se transformara. Ethan era um ser misterioso e apesar de ela não confiar nele, sentia-se atraída por ele. Quando Elena descobre que faz parte de uma profecia antiga, ela tem que decidir se pode sacrificar a sua vida e a dos seus amigos para apanhar a pessoa que ameaçava a sua vida.
Ameaça de Um Anjo é o começo da Saga da Profecia da Luz e da Escuridão.»
Ameaça de um Anjo é uma leitura pela qual já estava ansiosa há mais de um ano. Assim, decidi que 2019 seria, finalmente, o ano desta leitura - e assim o foi. 
Explicando de uma maneira muito breve, em Ameaça de Um Anjo nós acompanhamos Elena Cam, uma pessoa que se considerava uma adolescente normal, com os seus problemas normais, até que um dia, após um conjunto de acontecimentos marcantes, a vida dela muda para sempre, e ela vê-se mesmo no centro de uma antiga guerra entre anjos.
Os meus sentimentos para com esta livro foram bastante mistos. Houveram pontos que eu acho que poderiam ser muito melhorados, e outros que gostei bastante. 
O meu principal problema centrou-se no início da história, onde eu achei que as coisas aconteceram demasiado depressa. Quando estamos num mundo diferente, é necessário dar tempo ao leitor para se adaptar à história e compreender as ações que vão ser essenciais para a ação e, infelizmente, eu senti que neste livro não nos foi dado tempo para isso, a informação foi dada demasiado depressa. Também ainda sobre esta questão, achei que houveram sentimentos das personagens que cresceram rápido demais, assim como algumas emoções mudavam demasiado depressa, o que deu um sentido irrealista a alguns momentos. Por último como ponto negativo que influenciou a minha opinião, temos os erros ortográficos e, principalmente, a forma como algumas frases foram construídas, que senti que me "empancou" a leitura em algumas cenas. 
No entanto, e apesar destes pontos negativos, eu fiquei sinceramente viciada na história. Mesmo quando, por algum motivo, parava de ler, eu ficava a pensar na história, nas personagens, e no que lhes iria acontecer a seguir. A partir da página 250, principalmente, eu comecei a sentir que as personagens agiam de forma mais racional, com as suas emoções mais controladas, e a história ficou muito interessante e melhorou muito. 
Além disto, eu adorei a parte fantástica da história. Anjos não é, de todo, algo novo no mercado de fantasia, mas os pormenores deste livro foram, na minha opinião, muito bem pensados, e deram um sentido diferente aos outros livros de anjos que já li até agora. Além disto, gostei ainda de que acompanhamos as personagens durante alguns acontecimentos normais da sua vida, como a ida à escola ou uma saída em amigos, o que, muitas vezes, se perde no meio dos livros de fantasia, e neste caso foi bastante positivo e deu um sentido mais realista à vida das personagens. 
Assim, quando estava a entrar na reta final do livro estava já completamente viciada na história e só queria continuar a ler. Devo dizer que o final compensou bastante e, apesar de não haver grandes novidades da autora sobre a continuação, espero sinceramente que ela não desista deste mundo: tem alguns problemas neste livro, também como consequência de ter sido escrito quando a autora era muito nova, mas tem muito potencial, potencial esse que eu adorava que fosse explorado numa continuação. 
Boas leituras.
(3 em 5 estrelas)


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domingo, 20 de janeiro de 2019

Ponto Sem Retorno - Opinião (Book Review)

Ponto Sem Retorno

Título do livro: Ponto Sem Retorno
Nome da Autora: Gabriela Simões
Editora: Edições Vieira da Silva
Número de páginas: 238 páginas
Sinopse: «Giselle Levy é meio-bruxa e vive isolada do mundo com o seu avô, escondida do olhar do rei. É cuidadosa e astuta, contudo, numa tentativa de sobreviver, foi apanhada e chantageada por um dos príncipes de Kendrad, Cristian, que promete não a entregar, se ela for trabalhar para o palácio. Num dilema, ela coloca em perigo a sua identidade e passa a trabalhar no palácio, onde terá de lidar com as constantes tentativas de sedução do príncipe Cristian, os misteriosos olhares de príncipe Eli, os encontros escondidos com o seu melhor e único amigo, Rylan, e um rei desumano com segredos obscuros. Giselle vive numa constante incerteza e angústia de ser descoberta, amargurada pelo facto de não poder ser livre, encontra uma misteriosa sala, com um poderoso encantamento que poderá mudar tudo. Assertiva, inteligente e defensiva, irá deparar-se com uma escolha que mudará para sempre a sua vida e a ideia que tem si própria. »

Para quem está minimamente envolvido na comunidade literária portuguesa ou brasileira, deve já ter ouvido falar deste livro ou ter visto a sua capa. Quero, antes de mais, agradecer à autora, Gabriela Simões, por me ter enviado o livro para eu fazer esta opinião. 
Primeiramente, tenho de mencionar que, para quem não sabe, passei a grande maioria de 2018 numa grande reading slump e, infelizmente, calhou de começar este livro na altura em que a reading slump estava ainda a começar, o que me fez arrastar esta e todas as minhas outras leituras durante meses. Em outubro de 2018, comecei, finalmente, a sentir vontade de ler e aproveitei logo para continuar a ler um livro pelo qual estava tão curiosa: Ponto Sem Retorno da Gabriela Simões, e deixem-me que vos diga que não só adorei o livro em geral, mas principalmente a parte final. 
Em Ponto Sem Retorno, nós acompanhamos Giselle, uma meia bruxa que, por a magia ser ilegal no seu mundo, se esconde, juntamente com o seu avô, numa pequena cabana afastada da povoação do reino onde se insere. No entanto, ninguém se pode esconder para sempre e a nossa protagonista acaba por ser vista e despertar a atenção de quem ela menos quer. Como consequência de um conjunto de acontecimentos, e ainda sem ninguém saber o grande segredo que ela esconde, Giselle passa a ter de trabalhar no castelo enquanto tenta manter a sua identidade em segredo, enquanto tenta garantir a sua sobrevivência e a do seu avô e ainda perceber quem ela é e o que os governadores tanto tentam esconder. 
Relativamente à história, os meus principais problemas centram-se na primeira parte do livro. Nesta primeira parte, temos, na minha opinião, alguns acontecimentos que são demasiado rápidos, e que eu gostava que tivessem sido mais desenvolvidos e que a autora nos tivesse dado mais tempo para assimilar tudo. Foi também durante esta parte que eu tive alguns problemas com as personagens, e principalmente com a Giselle, que agiram, na minha opinião, demasiado por impulso e de forma um pouco irrealista. 
No entanto, e mesmo durante estes momentos em que considerei que a história não estava tão boa, houve uma personagem que se destacou, que foi o Cristian, uma personagem que eu gosto muito e de quem eu espero conhecer mais no próximo livro. 
Um ponto muito positivo sobre o livro, e que é consistente durante toda a leitura, é o sistema de magia. Não é uma ideia completamente nova, mas está muito bem construída e integrada na história. Dito isto, gostaria apenas que o livro fosse um bocado maior, para dar mais tempo ao leitor de conhecer melhor o sistema de magia e de se ligar mais às personagens.  
Focando agora na segunda parte do livro, que foi aquela que eu mais gostei, eu penso que se nota nitidamente a evolução na escrita da autora: as personagens vão ficando/tendo ações mais realistas, os acontecimentos decorrem no seu próprio tempo e mesmo os problemas que eu tive na primeira parte do livro vão diminuindo no decorrer da história até desaparecerem completamente. 
Assim, quando estava a chegar ao final, eu já estava completamente apaixonada pela história, e o final é, honestamente, muito bom e muito bem escrito. Terminei o final com aquela sensação de "preciso do próximo, já" e mesmo nas semanas que se passaram depois de terminar a leitura, continuo a ter a mesma sensação, porque é uma história que fica com o leitor. Entretanto o segundo livro já foi anunciado, chama-se Mundo Novo (podem ir acompanhando a informação sobre o lançamento no instagram da autora @writer_gabby) e se acharam a capa deste livro linda, esperem só para ver o que ai vem. 
Como já devem ter percebido, Ponto Sem Retorno é um livro que eu recomendo muito, é uma leitura agradável e que vai melhorando. Dito isto, mal posso esperar para ler o próximo e rever as personagens pelas quais me apaixonei neste livro. 
Boas leituras.
(4 em 5 estrelas)

  • «Vivo agora aprisionada entre duas mentiras e as chamas dum futuro pouco brilhante, que clamam desesperadamente o meu nome.» - Página 65

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Prodigy Prince - Opinião (Book Review)

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Prodigy Prince

Nome do livro: Prodigy Prince
Nome da Autora: Natasha Sapienza
Coleção: The Seven Covenant
Editora: Createspace Independent Publishing Platform
Número de páginas: 334 páginas
Sinopse: «Prodigy Prince is the first novel in YA high-fantasy trilogy, the Seven Covenant. At seventeen, all Prince Nuelle had ever known was safety and peace while living in the Supreme Palace of Zephoris. But one night, his older brother, Tane, defies their father by traveling to a cursed land. Now Nuelle holds the signet-ring and carries more responsibility than even Tane bore. Thrust from the palace and sent to a knight-building academy, Nuelle must discover his purpose for the entire kingdom's sake. From his place of banishment, Prince Antikai has been exacting revenge through fear and rebellions. Nuelle has the potential to defeat him, but he needs the help of a powerful book called the Acumen, and six gifted youths. Summoned by Antikai, shape-shifting beasts and other enemies hunt Nuelle and the Acumen. If either is destroyed, the faithful citizens in Zephoris will perish, and darkness will rule forever. »

Este livro chamou-me a atenção no momento em que vi a capa. Mal li a premissa, soube que tinha de ler. 
Em Prodigy Prince seguimos o príncipe Nuelle, de 17 anos, que, sem estar à espera, é enviado pelo pai para uma escola com o objetivo de ele se tornar um cavaleiro. No entanto, ao mesmo tempo, ele tem de procurar seguir as previsões do pai de modo a salvar o reino e a população das mãos do príncipe Antikai que procura destruir o pai de Nuelle e tudo o que ele criou. Para isso, precisa de encontrar seis companheiros capazes de dar a vida por ele e ultrapassar diversos obstáculos. 
Eu queria muito gostar deste livro, no entanto, a minha relação com ele foi extremamente complicada. Houveram diversos aspetos que adorei e uns quantos que realmente não gostei. 
Fonte do Fundo
O que mais gostei em todo o livro foi, sem dúvida nenhuma, da construção do mundo. O mundo, a sua divisão, o funcionamento de tudo e o próprio sistema de magia foram extremamente bem construídos e é nítido que a autora dedicou bastante tempo na sua criação, e conseguiu um ótimo resultado. 
No entanto, um dos meus problemas foi exatamente logo no início do livro quando somos introduzidos a este mundo do nada. A história começa de uma forma um pouco confusa onde caímos diretamente no meio de um diálogo entre personagens sem saber quem elas são ou o que se está a passar. Este problema acaba por ser resolvido após o prólogo quando a autora nos introduz verdadeiramente ao mundo. 
Outros pontos que gostei e que convém destacar foram que, apesar de encontrarmos elementos românticos na história, não se trata de nada em exagero que tire o foco à ação principal; a escrita da autora foi também ela muito boa e fácil de compreender; e temos ainda diversas frases que eu gostei bastante. 
Quanto às personagens, em geral gostei bastante do Nuelle e do seu melhor amigo, Ave. No que diz respeito ao resto das sentinelas, a Elisena e a Sophana irritaram-me algumas vezes, por motivos diferentes, mas o Riff, uma personagem extremamente engraçada, compensou. 
Fonte do Fundo
Ainda relativamente a esta questão, gostei bastante das amizades que nos são apresentadas no livro e do fortalecimento das mesmas a que assistimos. No entanto, tive um problema com as atitudes das personagens uma vez que, para pessoas supostamente tão bem treinadas e com uma missão tão importante, eles acabam por ser descuidadas diversas vezes.
Um dos meus maiores problemas com o livro foi mesmo porque estava a receber vibes de fantasia juvenil e, do nada, é nos introduzido um tema extremamente pesado que, além de cortar um pouco o efeito do livro, foi resolvido demasiado rápido e de uma forma, a meus olhos, irrealista. 
Tive ainda o problema de que acontecia demasiadas coisas em poucas páginas e de que os capítulos eram enormes (por norma rondavam as 20 páginas), o que acaba por arrastar o ritmo de leitura, especialmente para quem está a ler por ebook. 
Assim sendo, em geral, gostei do livro, especialmente da construção do mundo, apesar de ter havido pormenores que poderiam, na minha opinião, ter sido melhorados. No entanto, a autora tem tudo para que o 2º livro da série seja ainda melhor. E é, em geral, um livro que recomendo.
Boas leituras. 
(3 em 5 estrelas)

"Your words speak of victory, but your heart has already been defeated." - Página 17 
"There are worst enemies than fear." - Página 40
"And pride comes before a fall." - Página 87 
"Darkness is like a disease. It infects slowly, often times unbeknownst to the infected. From evil thoughts it spreads to the heart, where wickedness and every lawlessness is birthed. Those under its gloom are blind; they walk and are unaware of what makes them stumble. Though they believe they are free, shackles bind their hands and feet. Though they think they are liberated, truly, they are slaves to whatever—or whoever—controls them." - Página 92
"Darkness is funny like that. The less you see, the better things look." - Página 257

domingo, 24 de dezembro de 2017

Irmandade - Opinião (Book Review)

Irmandade

Nome do livro: Irmandade
Nome da Autora: Mariza Martins
Coleção: Irmandade
Editora: Chiado Editora
Número de páginas: 425 páginas
Sinopse: «"Quem me dera que ele me tivesse morto. Seria tudo tão mais fácil. Todavia, não morri, por isso, irei algum dia renascer das cinzas?"
Jade conquistou uma segunda oportunidade; uma nova vida, obrigando-a a integrar uma comunidade secreta residente na Ilha de Skye, cujas verdadeiras origens remontam à constelação de Draco. Rebelde e de espírito livre, Jade é confrontada com os demónios do seu passado, com as emoções do seu presente e com os perigos que ameaçam o seu futuro, assim como o de toda a comunidade.
Irmandade é um Romance Fantástico que alia aventura, romance e misticismo, abordando o poder do amor-próprio, a busca pela felicidade e pela liberdade. Entra neste mundo fantástico, pois a Irmandade e os segredos que nela se escondem esperam por ti!»

Pela primeira vez na minha vida, tive a incrível oportunidade de ler um livro enquanto o comentava com a autora e isso foi, sem dúvida nenhuma, uma experiência fantástica. 
Em Irmandade seguimos Jade, uma rapariga com um passado perturbado e que, um dia, sem ela própria saber bem o que está acontecer, se transforma em dragão e acaba por integrar uma comunidade secreta onde esta espécie vive. Nessa mesma comunidade, ela deve procurar fortalecer-se enquanto dragão, perceber verdadeiramente o seu propósito e ajudar a proteger a sua própria espécie. No entanto, o peso do seu passado nunca a abandona verdadeiramente. 
Como referi anteriormente, tive uma incrível experiência de leitura em grande parte porque li com a fantástica @writer_gabby e, por outro lado, porque tive a oportunidade de ir comentando com a autora o que estava a acontecer. O melhor de tudo é que qualquer pessoa pode ter esta mesma experiência, enviando mensagem para o instagram da autora (@mariza_martins_autora) que é uma querida e adora saber o que os leitores estão a achar.
Fonte do desenho
Relativamente à história em si, esta é, sem dúvida nenhuma, daquelas que começam bem e que só melhoram, além de que decorre num mundo extremamente bem construído. A ação iniciasse de uma maneira bastante chocante e inesperada, o que foi um ponto positivo. No entanto, senti que tudo acabou por passar demasiado depressa no início: somos colocados na história e, quando reparamos, já estamos na Ilha de Skye, onde vivem os dragões, sem nunca nos serem explicados os poderes da personagem principal ou a forma como ela vivia quando o livro se inicia, e é esta a parte em que considero que a autora a poderia ter explorado melhor.
No entanto, a partir deste problema, a autora vai acabar por explorar todos os acontecimentos de uma forma incrível e viciante e a história flui muito bem.
Relativamente às personagens, só tenho a dizer que são fantásticas. Todas são necessárias e as principais são muito engraçadas e cativantes, assim como é explorada uma amizade muito boa entre as personagens.
Por último só posso referir que temos momentos verdadeiramente inesperadas e uma ação muito bem escrita, que culmina com um final de arrepiar.
Assim sendo, as personagens incríveis, a história em si e o mundo criado conquistaram-me sem problemas, havendo apenas a ressalva do problema que senti no início do livro. Vai haver um segundo livro e acredito que vá conseguir ser ainda melhor que este e eu mal posso esperar.
Obviamente que é um livro que recomendo muito e um grande obrigada à autora pela oportunidade.
Boas leituras.
(4 em 5 estrelas)

  • «Existem determinadas circunstâncias na vida que nos conseguem realmente destruir. Têm esse poder; os outros têm o poder de nos desfazer. Num momento, sabemos quem somos e o que queremos e, no minuto seguinte, puf, tudo esmorece e escurece. Já não somos nada, não temos nada. Tudo nos é retirado» - Página 415/416

sábado, 8 de abril de 2017

A Quinta dos Animais (Animal Farm) - Opinião/Book Review


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A Quinta dos Animais

Nome do livro: A Quinta dos Animais
Nome original do livro: Animal Farm
Nome do livro no Brasil: A Revolução dos Bichos
Nome da Autora: George Orwell
Editora: Revista Visão
Número de páginas: 134 páginas
Sinopse: «Esta nova tradução de Animal Farm recupera o título original, contrariamente às edições anteriores, que adoptaram os títulos panfletários O Porco Triunfante e - o mais conhecido - O Triunfo dos Porcos.
À primeira vista, este livro situa-se na linhagem dos contos de Esopo, de La Fontaine e de outros que nos encantaram a infância. Tal como os seus predecessores, Orwell escreveu uma fábula, uma história personificada por animais. Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos animais os defeitos e os ridículos dos humanos, se servia para censurar a sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colocados à distância, "no tempo em que os animais falavam", os vícios de todos nós e as sua funestas consequências. Em A Quinta dos Animais o enredo inverte-se. É a fábula merecida por uma época - a nossa época - em que são os homens e as mulheres a comportar-se como animais.»


Opinião: A Quinta dos Animais começa, devido às personagens e ao mundo em que se passa, por gerar estranheza ao leitor. No entanto, devido a estes mesmos fatores, acaba também por tornar a ação bastante interessante, especialmente quando se repara em toda a simbologia que rodeia o mundo, as personagens e as suas ações.
Ao seguir a revolta dos animais que os leva a ficar com a quinta antes liderada por um humano e a conquista desses animais de uma vida utópica, é bastante interessante a forma subtil, mas rápida, com que a manipulação vai sendo feita.
O livro mostra-nos como as pessoas são capazes de manipular as pessoas à sua volta e que, se as pessoas não forem cuidadosas e atentas podem ser facilmente manipuladas. Ao mesmo tempo, mostra ao leitor a necessidade de realmente acreditarmos em algo e não naquilo que as pessoas à nossa volta nos dizem ser a verdade.
George Orwell foi capaz de criar uma critica política forte quando pouca gente tinha coragem de o fazer, fazendo de A Quinta dos Animais um livro ainda mais fantástico, sendo um daqueles livros que toda a gente deveria ler pelo menos uma vez na vida. Só não se esqueça que "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros".
Boas leituras. 

Esta edição do livro faz parte do projeto Ler Faz Bem e a revista Visão, fundadora deste projeto, pediu aos leitores para enviar opiniões por escrito ou em vídeo, tendo posteriormente publicado essas mesmas opiniões onde também consta a minha, que agora, para não fugir à regra, publico no meu blog. 

(5 em 5 estrelas)

Quotes/Melhores Momentos:
  • «Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.» - Página 128

Trailer da adaptação do livro para o cinema (1954): 

sábado, 7 de maio de 2016

Trono de Vidro - Discussão (com spoilers)






Em Trono de Vidro nós vamos acompanhando Celaena Sardothien, a maior assassina de Ardalan. Celaena, ainda em pequena, foi treinada por um grande assassino e de alguma forma acaba a trabalhar nas minas de sal como castigo quando ela é apanhada (no livro Trono de Vidro não é explicado como é que ela foi presa, sabemos apenas que ela foi traída por alguém em quem confiava, o que aconteceu antes é explicado no livro The Assassin's Blade, ainda sem edição em Portugal).

As minas são uma morte bastante lenta e dolorosa, uma vez que poucas pessoas realmente conseguem sobreviver muito tempo, e a Celaena é a pessoa que, até ao momento, mais se aguentou dentro das minas e mais perto esteve de conseguir fugir, mesmo assim ela sabe que não se consegue aguentar muito mais tempo naquelas condições, então ela acaba por aceitar a proposta do príncipe Dorian, participar num concurso como representante do príncipe contra outros prisioneiros (ladrões, assassinos, ...) e, se ganhar, tem direito à liberdade após 4 anos de serviço como Campeão do Rei.
Ela é apresentada aos outros concorrentes como Lillian, uma vez que Celaena Sardothien é um nome demasiado conhecido e, além de alguns dos concorrentes poderem saber pontos fracos dela, o Rei teme que as pessoas descubram que a grande assassina que todos temem é na verdade uma adolescente.
Ela começa então a treinar com o Chaol, designado para a escoltar no castelo, ele é uma das melhores personagens masculinas que eu vi até hoje e, espero eu, o futuro par romântico da Celaena.
Uma das coisas que eu definitivamente mais gostei neste livro foi a vaidade da personagem. Ela é bonita e sabe disso, apesar de também o dizer demasiado, mas ela sabe que é bonita, ela não finge inocência e adora usar os vestidos de princesa, e eu gostei desse seu lado mais feminino apesar de se uma assassina.
Apesar de muita gente a preferir com o Dorian, eu realmente não acho que exista essa tipo de sentimentos entre eles, é mais uma atração, um bocado também, pela parte dele, para contrariar o pai que detestou a sua escolha para a competição.
Uma das partes que eu mais gostei no livro e que eu estive sempre muito ansiosa foi para os combates entre os concorrentes (quando eu digo combates não me refiro só a ataques físicos, mas também provas de veneno, tiro ao alvo, qualquer confronto entre eles, eu estava ansiosa). E eu amei (e ri mais do que devia) com um dos momentos finais quando a Celaena está a lutar e lhe chamam de cabra, ao que ela responde atirando o oponente ao chão como se fosse uma pena e lhe diz "O meu nome é Celaena Sardothien, mas não faz diferença se o meu nome é Celaena ou Lilian ou Cabra, porque continuaria a derrotar-te, não importa o que me chames". Nesse momento eu até bati palmas.
Depois temos ainda a relação entre a Celaena e a princesa Nehemias, que eu simplesmente amei.
A personagem que mais me irritou em todo o livro, apesar de eu perceber a necessidade da existência dela para a história, foi a Kaltain, que segue cegamente um familiar do principie e que, seguindo as suas ordens, envenena a Celaena antes do seu confronto final.
Mas o que mais me surpreendeu no livro todo foi todo o problema dos concorrentes que estava a ser mortos por uma entidade qualquer proibida e quando, no combate final, o bruta-montes que eu detestei todo o livro utiliza, à frente de todos, essa mesma magia para tentar matar a Celaena e mesmo assim ela ganha, nesse momento eu estava com o meu coração aos pulos.



Resenha do livro sem spoilers AQUI

domingo, 10 de abril de 2016

Trono de Vidro - Resenha

Trono de Vidro

Sinopse: "Numa terra em que a magia foi banida e em que o rei governa com mão de ferro, uma assassina é chamada ao castelo. Ela vai, não para matar o rei, mas para conquistara sua própria liberdade. Se derrotar os vinte e três oponentes em competição, será libertada da prisão para servir a Coroa com o estatuto de campeão do rei - o assassino do rei. O seu nome é Celaena Sardothien. O príncipe herdeiro vai provocá-la. O capitão da Guarda vai protegê-la. Mas um halo maléfico vagueia no castelo de vidro - e está lá para matar. Quando os seus concorrentes começam a morrer um a um, a luta de Celaena pela liberdade torna-se numa luta pela sobrevivência e numa jornada inesperada para expor um mal antes de que este destrua o seu mundo."
Nome do livro: Trono de Vidro
Nome original do livro: Throne of Glass
Nome no Brasil: Trono de Vidro
Nome da Autora: Sarah J. Maas
Editora: Marcador
Número de páginas: 398 páginas
Resenha: Depois de muito ouvir falar de Trono de Vidro eu finalmente juntei coragem para ler este livro incrível. 
Trono de vidro conta a história de Celaena, uma rapariga que já foi a maior assassina de todas mas que acabou por ser presa e obrigada a trabalho forçado, sendo a única que conseguiu aguentar tanto tempo nas minhas. Um dia, um soldado (que depois descobrimos não ser apenas um mero soldado, mas sim o guarda real, que é a minha personagem preferida, o lindo e encantador Chaol) vai buscá-la às minhas e leva-a até Dorian, o príncipe herdeiro. É então feita uma proposta a Celaena: a de participar num concurso para se tornar a assassina do rei para quem terá de trabalhar durante uns anos e depois poderá ter a liberdade, ou a hipótese de voltar para as minas.
Eu gostei deste livro logo a partir do início e isso manteve-se até ao final. Só a premissa do livro em si (e a lindíssima capa que, graças a Deus, em Portugal foi mantida a original) já é bastante boa e diferente. 
Uma das coisas que me cativou logo a princípio foi a própria Celaena em si, vi muita gente a dizer que ela se achava demasiado, mas eu realmente gostei do pormenor de ela ser linda, e ela sabê-lo. Em quase todos os livros de fantasia a personagem principal é linda, todos acham isso, menos ela. Este não é o caso, ela é linda, é forte e ela sabe-o, ao mesmo tempo que sabe perfeitamente que a sua força física não está tão boa como era antes e acaba por ter problemas normais, como a menstruação, isto tudo acabou por tornar a personagem muito real. 
Temos ainda o facto de que ela é uma personagem super divertida. Eu raramente consigo ler com um livro, mas Trono de Vidro realmente surpreendeu-me e eu acabei a dar risadas altas em vários momentos devido às respostas tortas ou provocadoras da personagem principal. 
No geral, relativamente à história em si, eu tenho apenas uma queixa, a Kaltain, que é uma personagem completamente irritante e fácil de manipular, que se acha demasiado importante, mas eu também percebo que pessoas como ela existem e que ela é necessária para a ação, então foi fácil de ignorar esse problema.
O livro têm perto de 400 páginas mas passam tão depressa que eu nem notei que era tão longo. Quanto à edição, acho que está bastante boa, só tenho uma queixa, o facto de terem mudado as da capa e da lombada do platinado para vermelho, porque eu gostava mais das originais, mas como está nesta edição também acaba por não ficar mal. 
No geral eu achei Trono de Vidro um livro incrível e super interessante, com um enredo diferente do normal e personagens muito realistas. Recomendo muito e estou ansiosa que a editora Marcador publique os próximos em Portugal. 
Boas leituras.

Quotes/Melhores Momentos:
  • «Apesar das nossas visões de um mundo perfeito sob um império, os vossos governantes são rápidos a destruir-se uns aos outros.» - Página 47
  • «As bibliotecas estão cheias de ideias, talvez as mais perigosas e poderosas de todas as armas.» - Página 67
  • «Cada um de nós sobrevive à sua própria maneira.» - Página 131
  • «-Todos carregamos cicatrizes, Dorian. As minhas são apenas mais visíveis do que as da maioria.» - Página 305
  • «-O meu nome é Celaena Sardothien - susurrou. - Mas não faz diferença se o meu nome é Celaena ou Lilian ou Cabra, porque continuaria a derrotar-te, não importa o que me chames.» - Página 348
  • «Tu podes chocalhar as estrelas - susurrou - Tu podes fazer qualquer coisa. Basta que ouses. E, no fundo, tu também o sabes. E é o que mais te assusta.» - Página 391
Discussão com spoilers AQUI brevemente

terça-feira, 21 de julho de 2015

A Ilha do Tesouro - Resenha

A Ilha do Tesouro

Sinopse: "Jim Hawkins parece um jovem que só aspira a converter-se num bom taberneiro; Long John Silver parece um velho marinheiro cujo maior sonho é passar placidamente o resto da vida como cozinheiro a bordo de um barco... Mas nada está mais longe da realidade! Porque Jim deseja ser um lobo-do-mar para sulcar os sete mares e o velho John Silver, que anda apoiado a uma muleta e leva sempre o papagaio no ombro, é um temível pirata cujo único objetivo é recupera o tesouro perdido do capitão Flint. Quando os destinos destas duas personagens se cruzam a bordo do Hispaniola, começa a grande aventura da Ilha do Tesouro, um livro inesquecível que se converteu numa referência imprescindível para todas as histórias de piratas e aventuras posteriores."


Nome do livro: A Ilha do Tesouro
Nome do Autor: Robert Louis Stevenson
Editora: Sicidea (1ª imagem); Biblioteca Visão (2ª imagem)
Número de páginas: 254 páginas 
Resenha: Tinha este livro preso na minha estante à demasiado tempo e decidi dar-lhe finalmente uma chance visto ser um clássico que inspirou muitas das personagens dos filmes, livros e séries de piratas que nós hoje conhecemos.
O livro acompanha o Jim Hawkins, um rapaz bastante jovem que vive com os pais numa estalagem onde também trabalha. Um dia, chega um pirata bastante arrogante e viciado em rum (chamado Bill) que simpatiza com o rapaz. Quando o pirata morre, outros piratas invadem a estalagem na esperança de conseguir dinheiro e o mapa do tesouro que o Jim têm. Assim, começa uma aventura que tem como destino a Ilha do Tesouro cheia de traição, aventura e força.
As personagens que o livro dá mais interesse são o Jim, obviamente, o médico que ajuda Jim, o pai de Jim e o pirata que tinha o mapa, o fidalgo que financia a viagem e Long John Silver, um traidor que só se interessa pelo dinheiro de Flint, o capitão mais temido que a Inglaterra já teve.
O médico a princípio irritou-me bastante, mas depois passei a gostar bastante dele e ele e o fidalgo, assim como o capitão que vai comandar o navio, tornaram-se nas minhas personagens prediletas.
Quanto ao Jim, a princípio ele é um rapaz bastante inteligente e perspicaz, mas ele às vezes parece tão inteligente e outras vezes parece tão burro que até mete confusão.
Embora o livro tenha uma escrita bastante fácil e rápida para se ler, e a premissa da história ser bastante boa, o livro não se tornou viciante. E acho que a verdadeira ação, que me viciou, só começou por volta da página 140, mas parou logo por volta da 185.
O final acaba por ser bastante esperado, mas é bom. O simples facto de, logo na primeira página, o Jim estar a narrar e a dizer que fora mandado contar o que aconteceu na ilha do tesouro mas que pediram para ele não dizer a localização por ainda ter lá uma parte do tesouro por desenterrar dá logo a entender que o tesouro foi sim encontrado e que o Jim sobrevive, além de outras personagens que o Jim diz que foram quem lhes deram ordem para escrever a aventura, e isso acaba por fazer o final ter um interesse menor.
Eu considerei que o livro não foi viciante o suficiente, mas, mais uma vez, digo que isto é a minha opinião, e que outras pessoas podem achar diferente.
Achei difícil sim conectarmos-nos com qualquer uma das personagens do livro, pelo menos foi o meu caso.
Gostei sim muito da edição da Sicidea (1ª imagem) que tem uma capa bastante simples mas atrativa e umas ilustrações lindas.
Não é um livro que realmente recomende a 100%, mas também não acho mau, então recomendo a leitura apenas para quem gostar de histórias com piratas ou fantasias e recomendo a não ir com muitas expetativas.
Boas leituras. 

Trailer da adaptação do livro para cinema (versão de 1950):



quarta-feira, 15 de julho de 2015

Into The Woods (Filme) - Resenha


Into The Woods



Info: O foco da trama é um casal sem filhos, que têm que acabar com uma maldição colocada sobre eles por uma bruxa vingativa, enquanto sua história entrelaça com personagens de contos de fadas

Nome do Filme: Into The Woods
Nome em Português: Caminhos da Floresta
Duração: 02:04:05h
Género: Fantasia, Musical
Ano de Lançamento: 2014
Resenha: Eu ainda sinto um misto de emoções quanto a este filme, por um lado adorei, e por outro nem sei bem.
O filme em si é bom, mas inesperado. O filme acompanha quatro histórias infantis: Cinderella, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Capuchinho Vermelho, que se unem todas através dum casal de padeiros que querem ter um filho e que descobrem que não podem porque a bruxa descobriu o pai do padeiro a roubar a sua horta e o viu a roubar os feijões mágicos que lhe davam a juventude, ficou com a filha deles (a Rapunzel) e lançou uma maldição sobre a casa. Assim sendo, diz ao casal que, para reverter a maldição, precisa que lhe tragam uma capa vermelha como o sangue, uma vaca branca como o leite, um sapato mais fino que o ouro e o cabelo amarelo como o milho. E assim todas as histórias se unem.
E realmente o filme é leal às histórias originais... até à metade do filme. Aí, tudo muda (como se vê no trailer) e começa a ser super inesperado, e aviso desde já, que há mais mortes do que eu esperava de um filme com contos infantis.
E eu vou ter de dar aqui um spoiler (que na verdade não é bem spoiler porque está no trailer, mas para quem não gostar de spoilers, que avance para o próximo parágrafo. O princípe encantado traí a Cinderella, e quando ela lhe perguntou o porquê, ele ainda responde "eu fui ensinado a ser encantador, não sincero", isso partiu-me o coração, a sério, arruinou-me um bocado a história.
Maryl Streep (a bruxa) faz, de longe, o melhor papel. Cada vez tenho menos dúvidas sobre o talento desta incrível atriz, e da sua incrível voz. Anna Kendrick (a Cinderella), Emily Blunt (a mulher do padeiro), Chris Pine (o príncipe da Cinderella) e o Johnny Depp (o lobo, apesar de aparecer muito pouco), fizeram um papel bastante bom, tal como eu já esperava deles.
James Corden (o padeiro), Daniel Huttlestone (o João), MacKenzie Mauzy (a Rapunzel), Billy Magnussen (o príncipe da Rapunzel) e Tracey Ullman (a mãe do João) fizeram um papel muito bom apesar de eu não conhecer mais nenhum trabalho de nenhum deles para conseguir comparar.
Na verdade, eu adorei este elenco. Apenas uma atriz me irritou, mas irritou-me bastante, Lilla Crawford (a Capuchinho Vermelho), ela irritou-me tanto, especialmente na primeira metade do filme, que eu já não a podia ouvir.
O filme em si é muito bom e muito inesperado a partir da metade, e recomendo completamente, mas não vão ver o filme a achar que sabem tudo o que acontece ou vão sentir-se meio que dececionados.


Quotes/Melhores Momentos:
  • «Quanto mais bonita a flor, mais longe do caminho»
  • «Tu mudaste, ficas diferente na florestas.»
  • «Continua a ser uma criança enquanto puderes.» 
  • «Cuidado com o que desejas. (...) Por vezes o feitiço pode durar mais do que o que consegues ver e virar-se contra ti.»