quarta-feira, 22 de julho de 2015

A Criança N.º 44 - Resenha

A Criança N.º 44

Sinopse: "União Soviética, 1953.
A mão de ferro de Estaline nunca esteve tão apertada, fortalecida pelo Departamento de Segurança Estatal – uma força policial secreta cuja brutalidade não é segredo para ninguém.
Debaixo deste jugo, a população é levada a acreditar que o crime simplesmente não existe. No entanto, quando o cadáver de uma criança é encontrado na linha de comboio, o agente Leo Demidov – um herói de guerra dedicado ao Departamento – é surpreendido ao ouvir que a família da criança está convencida de ter-se tratado de um assassínio. Os superiores de Leo ordenam-lhe que ignore tal suspeita e ele obedece sem se questionar. Mas algo lhe diz que há muito mais por detrás desta história.

De um momento para o outro, a sua confiança de que tudo o que faz por ordem do Partido serve um bem maior é abalada e, arriscando tudo, Leo sente-se no dever de perseguir o terrível assassino – mesmo sabendo que ao fazê-lo se tornará, ele próprio, um inimigo do Estado...

Quando o medo silencia uma nação, alguém deve dizer a verdade."


Nome do livro: A Criança N.º 44
Nome do Autor: Tom Rob Smith
Editora: Dom Quixote
Número de páginas: 451 páginas 
Resenha: Antes de mais, devo dizer que este livro me deu sentimentos bastante diferentes e opostos ao longo da sua narrativa.
Visto o tema, eu já esperava um livro chocante, e recebemos logo o choque bem de cara. Ou seja, a parte que (na minha opinião) é a mais chocante do livro é logo a princípio, essa parte arrepiou-me toda.
Depois desse capítulo, a história continua muitos anos depois o que faz com que seja um pouco confuso, e mais para a frente, existem outras partes confusas sim que, se fossem tiradas, tornariam o livro muito melhor.
O livro faz ainda algumas descrições bem chocantes e detalhadas dos métodos de tortura usados pela União Soviética nestes anos, o que não é algo que uma pessoa consiga ler de ânimo leve. Mas são exatamente estas partes chocantes que levam o leitor a entender tão bem o clima e a pressão sentida na União Soviética nos anos 50/60, no qual as pessoas temiam mais os oficiais do governo e das forças militares mais do que se temiam umas às outras.
O livro segue sempre o Leo, e a Raisa, a sua mulher, aparece também diversas vezes. E a Raisa é exatamente a personagem que mais me fez mudar de opinião. Ela torna-se realmente surpreendente de uma forma bastante negativa e eu cheguei mesmo a odiá-la durante o livro.
Por outro lado, o Leo torna-se surpreendente de uma forma negativa. Ele é mais inteligente e corajoso do que parece durante a maioria do livro, foi realmente surpreendente.
Uma das coisas que não gostei do livro foi o facto de o assassino ser demasiado óbvio. Durante grande parte do livro nós não temos ideia de quem é, mas quando finalmente começam a dar pistas quanto a ele, é tão óbvio que uma pessoa até pensa porque raio é que não tinha pensado nisso antes.
O final foi deixado demasiado em aberto, coisa que eu não fiquei grande fã, mas como é um final meio que bonito, eu até deixei isso passar.
Outra coisa que deviam saber é que, a sinopse leva a pensar na história errada. O Leo não vai contra os superiores e simplesmente investiga, ele vai ter umas razões realmente boas, e a parte dos assassinios só ocupa prai metade do livro, e a primeira metade é como é que eles chegam à vista do Leo, o seu trabalho e a relação dele com a mulher e os colegas.
Recomendo para quem gosta deste género, mas não esperem muito.
Boas leituras.

Quotes/Melhores Momentos: 
  • «Controla aqueles em quem se confia.» - Página 60
  • «O terror era necessário. O terror protegia a revolução. (...) O medo era cultivado. O medo fazia parte do seu trabalho. E para que esse nível de medo pudesse ser mantido era necessário alimentá-lo com um constante abastecimento de pessoas.» - Página 80
  • «Um homem mede-se por aquilo que está preparado para fazer. Não por aquilo que está preparado para deixar os outros fazer por ele.» - Página 86
  • «Mesmo com seis anos de idade, as crianças compreendiam que desrespeitar a autoridade, falar quando não era a vez delas, era tomar a vida nas próprias mãos. A juventude não lhes dava proteção. A idade que uma criança podia ser executada pelos seus próprios crimes, ou pelos crimes dos pais, era doze.» - Página 114
Trailer da adaptação do livro para o cinema:



Resenha do filme AQUI
Opinião do livro vs filme AQUI

Sem comentários:

Enviar um comentário