Tudo o Que Ficou Por Dizer
Nome da Autora: Celeste Ng
Editora: Edições ASA
Número de páginas: 242 páginas
Sinopse: «"Lydia morreu. Mas eles ainda não sabem."Começa assim o avassalador romance de Celeste Ng. É de manhã, a família desperta para o pequeno-almoço. O pai, a mãe, o filho mais velho e a filha mais nova. Há porém um lugar vago à mesa e um silêncio que pesa. A filha do meio, a favorita dos pais, está ausente.
Como morreu, ou porque morreu, é para já um enigma. Há um inquérito, dúvidas, suspeitas e acusações. E uma teia delicada de dramas antigos, de segredos, que se vão desvendando pela voz (e pelo olhar) de cada um dos elementos da família. Apaixonamo-nos por eles, tão expostos (e tão frágeis) nesse momento de perda. Conhecemos a mãe, loura e de olhos azuis, que abandonou o sonho de uma vida pela filha - a quem depois virá a exigir o impossível. O pai, de ascendência chinesa, que projecta na única filha de traços ocidentais a sua própria integração na América. E conhecemos os irmãos de Lydia, a quem foram dadas apenas as sobras do amor - mas que nem por isso deixaram de a amar.
Tudo o que Ficou por Dizer é um romance pungente, narrado numa voz terna, por vezes poética, sempre precisa. É uma obra sobre os não-ditos, os abismos que se abrem nas famílias, os esquecimentos do amor. E sobre esse enorme mistério chamado Lydia, que na hora da sua morte ofereceu à família, por fim, uma hipótese de redenção.»
Número de páginas: 242 páginas
Sinopse: «"Lydia morreu. Mas eles ainda não sabem."Começa assim o avassalador romance de Celeste Ng. É de manhã, a família desperta para o pequeno-almoço. O pai, a mãe, o filho mais velho e a filha mais nova. Há porém um lugar vago à mesa e um silêncio que pesa. A filha do meio, a favorita dos pais, está ausente.
Como morreu, ou porque morreu, é para já um enigma. Há um inquérito, dúvidas, suspeitas e acusações. E uma teia delicada de dramas antigos, de segredos, que se vão desvendando pela voz (e pelo olhar) de cada um dos elementos da família. Apaixonamo-nos por eles, tão expostos (e tão frágeis) nesse momento de perda. Conhecemos a mãe, loura e de olhos azuis, que abandonou o sonho de uma vida pela filha - a quem depois virá a exigir o impossível. O pai, de ascendência chinesa, que projecta na única filha de traços ocidentais a sua própria integração na América. E conhecemos os irmãos de Lydia, a quem foram dadas apenas as sobras do amor - mas que nem por isso deixaram de a amar.
Tudo o que Ficou por Dizer é um romance pungente, narrado numa voz terna, por vezes poética, sempre precisa. É uma obra sobre os não-ditos, os abismos que se abrem nas famílias, os esquecimentos do amor. E sobre esse enorme mistério chamado Lydia, que na hora da sua morte ofereceu à família, por fim, uma hipótese de redenção.»
Opinião: Comecei a ler e esperava um thriller comum. Esperava alguns arrepios, ficar a pensar um bocado no assunto, curiosidade e depois acabar por me lembrar dele de vez em quando. Ao fim de 20 páginas eu ainda esperava que fosse um thriller comum e enganei-me redondamente. Ao fim de umas 100 páginas eu já tinha dito pelo menos "oh meu Deus" umas cinco vezes, senti todo o meu corpo arrepiar-se mais do que uma vez e houve um momento em que até comecei a chorar sem sequer notar. Porquê? Porque a história mostra-nos de tal forma como as coisas parecem e como elas realmente são para todos os elementos desta história que o coração aperta-se e o corpo arrepia-se por completo. Não é como se tivesse presenciado algo parecido, mas o livro abrange tantas personagens diferentes e vidas tão diferentes que uma pessoa acaba por se identificar nem que seja apenas uma parte ou identificar uma personagem com alguém que conhecemos e, consequentemente, a tristeza da personagem com a pessoa real.
Então sobre o que fala o livro? O livro acompanha a família Lee, uma família no final dos anos 70, que um dia desperta e tudo parece normal exceto um pequeno facto: a filha preferida dos pais está atrasada para o pequeno-almoço. O livro começa com "Lydia morreu. Mas eles ainda não sabem." e a partir daí somos envolvidos numa rede de segredos, rancor e tristeza enquanto os segredos da família são nos mostrados um a um e deixamos de ver uma família normal para ver os esqueletos que carregam arrependimentos do passado.
Para dizer a verdade, ao fim do primeiro capítulo eu já estava arrepiada pelo simples facto de que é o momento em que descobrem o corpo dela. A partir daí, a autora vai recuando constantemente ao passado para nos demonstrar a relação da personagem com a Lydia e o porquê dos conflitos internos, e esta foi das partes que eu mais gostei de todo o livro, a capacidade da autora de recuar ao passado sem parecer forçado.
Entretanto, eu fui ficando cada vez mais cativada. As dúvidas e os pensamentos das personagens misturados com a incrível escrita da autora são, acredito eu, o suficiente para arrepiar qualquer um.
Percebo o porquê de muita gente não gostar assim tanto deste livro. "Porque é que ela não se impõe?" "Porque é que eles não dão atenção aos outros filhos?" e perguntas deste género são comuns de surgir ao longo do livro mas eu acredito que ao mostrar o passado, o objetivo da autora seja exatamente responder a essas perguntas porque, se analisarmos a situação com calma, olharmos bem para o passado das personagens e olharmos para os irmãos, percebemos o porquê de cada ação. Mesmo as da Lydia.
A Lydia, apesar de já começar o livro com ela morta, foi uma surpresa. Durante uma parte do livro ela é nos demonstrada como a menina perfeita. Depois o pano cai e vemos a diferença entre como as pessoas a achavam e como ela realmente era. E quando achei já ter o livro todo resolvido, a autora surpreendeu-me bastante.
Aquando da escrita desta opinião, não faz nem 10 minutos que terminei o livro e ainda consigo distinguir bem os sentimentos que estão a emergir em mim antes deles se dissiparem: sinto medo, sinto-me assustada e uma estranha vontade de chorar, não por mim mas por eles. Tudo isso por uma vida alheia, a vida de pessoas que não conheço e que nem são reais, de uma autora que não conheço, num país que nunca visitei, num ano em que eu ainda nem era viva. E no entanto, conseguiu provocar em mim sentimentos nunca antes sentidos de forma tão forte por um livro. Finalmente encontrei aquele livro que nos muda a forma de ver o mundo, e não há volta a dar.
Só consigo descrever este livro como incrível e esperar que, um dia, todos o tenham lido.
Quotes/Melhores Momentos:
- «As pessoas decidem como és, antes mesmo de te conhecerem. (...) Acham que sabem tudo sobre ti. Mas nunca és o que as pessoas pensam que és.» - Página 163
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