sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Tudo, Tudo... e Nós - Opinião

Tudo, Tudo... e Nós


Nome do livro: Tudo, Tudo... e Nós
Nome original do livro: Everything, Everything
Nome da Autora: Nicola Yoon
Editora: Editorial Presença
Número de páginas: 316 páginas
Sinopse: «Madeline Whittier observa o mundo pela janela. Tem uma doença rara que a impede de sair de casa. Apesar disso, Maddy leva uma vida tranquila na companhia da mãe e da sua enfermeira - até ao dia em que Olly, um rapaz vestido de preto, se muda para a casa ao lado e os seus olhares se cruzam pela primeira vez. De repente, torna-se impossível para Maddy voltar à velha rotina e ignorar o fascínio do exterior - mesmo que isso ponha a sua vida em risco. Nicola Yoon escreveu um livro comovente com uma mensagem para leitores de todas as idades.»

Opinião: Quando ouvi falar deste livro pela primeira vez fiquei bastante curiosa e mal vi que a Editorial Presença ia lançar o livro em Portugal soube que tinha de o comprar mal ele fosse lançado (especialmente depois de ver esta capa linda). E assim o foi. Comprei-o e não resisti a começar a lê-lo de seguida. Dois dias depois o livro estava terminado. 
O livro acompanha a Madeline, uma rapariga que tem uma doença rara que a impede de sair de casa. Tudo parece correr bem até que o Olly, um rapaz misterioso da idade dela, se muda para a casa da frente e dá uma vontade louca à Madeline de conhecer um mundo exterior. A partir daí, as coisas nunca mais vão ser as mesmas para nenhum dos dois. 
Algo que me surpreendeu logo no início foi que eu esperava uma forma normal de narrativa e afinal o livro é contado não só por texto mas também por desenhos e esquemas. Pelo meio dos textos temos também as "resenhas em forma de spoiler da Madeline" que são opiniões de livros de apenas umas 4/5 linhas que são extremamente engraçadas. 
Relativamente às personagens temos a incrível Madeline que nos faz descobrir o mundo todo outra vez através dos seus olhos, o Olly que a princípio gera uma certa estranheza no leitor mas que acaba por nos conquistar e uma enfermeira muito engraçada. Relativamente às outras personagens vou deixar para vocês as descobrirem. 
Quanto à ação do livro, uma vez que a história gira em torno de uma doença complicada, esperava que o livro tivesse um tom mais pesado, no entanto, a autora conseguiu criar uma história fantástica, capaz de fazer o leitor pensar sem, no entanto, lhe dar um tom mais obscuro. A Nicola Yoon consegue realmente lidar com a doença de uma forma extraordinária.  
Relativamente à edição tenho de mencionar esta linda capa (mais bonita que a original, na minha opinião) e o facto de que não encontrei nenhum erro no texto (o que ultimamente já é raro).  
Em geral é um livro fantástico e incrível e eu adorei completamente. Sem dúvida uma das minhas melhores de 2016 e mal posso esperar por ler o The Sun Is Also a Star (ainda sem edição em Portugal) desta mesma autora. Recomendo muito.
Boas leituras.

(5 em 5 estrelas)
Quotes/Melhores Momentos: 
  • «Desejar assusta-me. É como uma erva daninha que se espalha lentamente por baixo da nossa consciência. Sem darmos por isso, cobre tudo à nossa volta e escurece as nossas janelas.» - Página 91
  • «De uma coisa tenho a certeza: querer só nos leva  a querer mais. Não há fim para o desejo.» - Página 92
  • «Lembrou-se de quando estava sentado ao balcão da cozinha e misturava leite e o chocolate. De como o chocolate se tornava branco e de como o leite se tornava castanho e de como, às vezes, é impossível voltar a separar as coisas, por mais que queiramos.» - Página 118
  • «Observamos a forma como a água vai para trás e depois volta a bater na areia, tentando arrastar consigo a Terra. E apesar de isso não acontecer, ela vai para trás e volta, vezes e vezes sem conta, como se não houvesse uma última vez, nem uma próxima, como se só esta vez contasse.» - Página 240
  • «A matemática do Olly diz que não podemos prever o futuro. Mas afinal também não podemos prever o passado. O tempo move-se nas duas direções - para a frente e para trás - e aquilo que acontece aqui e agora altera esses dois momentos.» - Página 268
  • «A teoria do caos diz que a mais pequena alteração nas condições iniciais pode ter um resultado altamente imprevisível. Uma borboleta bate as suas asas agora e forma-se um furacão no futuro.
    • Mesmo assim. 
    • Acho que se conseguisse descobrir qual foi o momento, conseguiria desmontá-lo peça por peça, molécula a molécula, até chegar ao nível atómico, até chegar àquela parte que é inviolável e essencial. Se eu pudesse isolá-lo e compreendê-lo, talvez conseguisse fazer a alteração certa.» - Página 305
  • «Olho fixamente pela janela do avião e vejo quilómetros e quilómetros de áreas verdes divididas em quadrados perfeitos. Por baixo de nós, vejo dúzias de misteriosas piscinas de água azul-esverdeada com reflexos nas extremidades. Visto de tão alto, o mundo parece ordenado e racional. 
    • Mas eu sei que é mais do que isso. E menos. É estruturado e caótico. É belo e estranho.» - Página 309

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