domingo, 6 de setembro de 2015

Às Vezes o Mar Não Chega - Resenha

Às Vezes o Mar Não Chega

Sinopse: "Três irmãs apaixonadas pelo mesmo homem. Uma jovem adolescente, Amália, que tem por única companhia a sua boneca Contratempo. Uma cigana centenária, Ambrósia, que tem o coração do tamanho do mundo e é capaz de ler nas suas próprias lágrimas as pulsões mais profundas daqueles que a rodeiam.Sofia Marrecas Ferreira transporta-nos de novo a um mundo mágico e real, reconstituindo uma saga familiar que serve de suporte a uma reflexão literária sobre o encanto e as desilusões de uma cultura ancestral - a do Alentejo."
Nome do livro: Às Vezes o Mar Não Chega
Nome do Autor: Sofia Marrecas Ferreira
Editora: Porto Editora
Número de páginas: 182 páginas
Resenha: Comprei este livro sem saber absolutamente nada sobre ele apenas por causa da capa, e devo dizer que me desiludiu bastante.
Sendo que eu não sabia nada da história, não estava realmente com grandes esperanças, mas nem as poucas que eu tinha o livro conseguiu atingir.
O livro começa logo a ficar muito estranho quando apresenta as personagens, não só pelos nomes estranhos e incomuns delas, mas também pelo facto de que existe uma rapariga com parte do corpo paralisado, uma mulher que anda sempre vestida de noiva e uma cigana que tem meio que a mania de vidente, além de outras estranhas, e ainda o facto de três irmãs apaixonadas pelo mesmo homem, que eu considero um autêntico idiota.
As primeiras 50 páginas do livro até que são bastante interessantes, mas a partir daí fica muito chato e o leitor lê o livro todo à espera de uma ação ou de algo anormal que não acontecesse, ou seja, o livro segue mesmo esta família, não vai haver aquele momento alto do livro em que alguém é assassinado ou alguém foge, esses momentos não existem, o que tornam o livro bastante aborrecido.
Depois existem algumas partes da história que são demasiado estranhas, e isto inclui o final que é dos finais mais estranhos e parvos de sempre.
Alguns capítulos, além de estranhos, são completamente desnecessários e aborrecidos, parecia que a autora estava só a tentar ocupar páginas. Tem sim algumas frases bastante bonitas.
O livro em si é bastante bonito sim, a Porto Editora fez uma edição que se tornou das mais bonitas da minha estante, no entanto, fez o livro demasiado alto, e como a letra é pequena, dá muito texto por página e parece que uma pessoa nunca mais sai da mesma página.
É um livro que eu não iria recomendar se alguém me perguntasse o que ler, mas por outro lado é provável que quem goste de uma ação mais estranha e pouco desenvolvida vá gostar. Dei-lhe 2,5 em 5 estrelas (sendo que arredonda para cima, dando 3 estrelas).
Boas leituras.
Quotes/Melhores Momentos:
  • «Pensou que, se morresse naquele instante, ia gostar de morrer. Seria uma bela morte. Repleta de imagens, cheiros, cores e sabores, iguais e mais intensos ainda que todos aqueles que provavelmente experimentara até então. À maneira de um fim próximo de uma beleza tão poderosa e perfeita, que quase lhe doía.» - Página 7
  • «Aludiu à pátria à deriva onde gente ia andando sem saber exatamente para onde, vivendo cheia de dores e moléstia, arrastando-se molemente em bicha para tudo, à espera de resolver vidas que não tinham solução, porque não havia solução num país com falta de perspetiva.» - Página 11
  • «As palavras faziam demasiado barulho. Preferia quando elas caminhavam, silenciosas, nas páginas dos livros.» - Página 13
  • «Se pudesse seria terra, ou dissolver-se-ia nela, para esquecer o seu corpo enfermo e sentir o sol, a chuva, o vento, a sulcarem-na no esculpindo searas e montes como se polissem tesouros de que já ninguém mais se lembrava.» - Página 22
  • «Mesmo sendo infinitamente pequenos, somos capazes de imaginar e compreender um mundo que nos ultrapassa. Esse é o milagre da vida.» - Página 86
  • «As pessoas só têm medo porque insistem em viver vidas que não devem, e perseguir destinos que não lhes cabem.» - Página 125
  • «Não tinha medo de nada. A não ser de si própria. Então riu-se mais ainda, e o seu riso tinha a força de tudo o que é livre e não tem dono.» - Página 133
  • «Reconhece-se a bondade das pessoas no amor que têm pelos animais.» - Página 136

Sem comentários:

Enviar um comentário