sábado, 23 de julho de 2016

Um Grande Salto - Opinião

Um Grande Salto

Sinopse: «Noite de passagem de ano na Topper's House, o local mais popular para a prática do suicídio do Norte de Londres. Quatro estranhos estão prestes a descobrir que o suicídio não é precisamente a actividade privada que esperavam. Cómico, triste e maravilhosamente humano, este livro põe algumas das questões mais importantes sobre a vida e a morte, os estranhos e a amizade, o amor e o sofrimento, e se uma fatia de pizza pode salvar-nos na longa noite da alma.»

Nome do livro: Um Grande Salto
Nome original do livro: A Long Way Down
Nome no Brasil: Uma Longa Queda
Nome do Autor: Nick Hornby
Editora: Teorema
Número de páginas: 337 páginas
Opinião: À uns tempos atrás eu estava à procura de um filme para ver e deparei-me com A Long Way Down, a história de quatro pessoas que se decidem suicidar na noite de ano novo e que se conhecem no cimo de uma torre. Vi o filme e adorei, li as críticas e não percebi o porquê de serem tão más. Depois descobri que o filme tinha livro e, para minha felicidade, tinha sido editado em Portugal, já à bastante tempo, pela editora Teorema, da qual nem nunca tinha ouvido falar. Mesmo assim, comprei o livro, li bem rápido e, apesar de ter grandes diferenças relativamente ao filme, continuo a adorar ambos. 
Primeiro de tudo eu adoro a premissa da história, adoro a ideia de que são quatro pessoas que se conhecem quando se vão suicidar, e depois temos as diferenças entre as personagens que eu também adorei. Temos a Jess, uma rapariga completamente maluca e que diz tudo o que pensa, o Martin, um homem que era um jornalista conhecido e respeitado até que teve relações sexuais com uma adolescente, o que acabou com o seu casamento, temos o JJ, um americano que vive em Inglaterra e que odeia a sua vida e a Maureen, uma mulher solteira, com uma certa idade e que tem de cuidar do seu filho com problemas. 
Apesar da premissa, o que eu mais gostei mesmo foi defenitivamente do humor negro, especialmente da Jess (apesar de ela me ter irritado várias vezes). 
Esta existência de quatro personagens principais permitiu que existissem quatro pontos de vista diferentes, o que acabou por dar um aspeto diferente e incrível à história, uma vez que pareciam mesmo pessoas diferentes a narrar. 
Entretanto eu esperava um final diferente, em grande parte devido ao filme no qual as coisas têm algumas diferenças. 
O maior problema que eu encontrei nem foi com a história em si, foi com esta edição que tinha vários verbos mal conjugados, personagens trocadas, letras trocadas nas palavras, entre outros erros. A edição que eu comprei já tem alguns anos, é de Junho de 2005, então a editora pode, entretanto, ter corrigido os erros, mas pelo menos esta edição e as anteriores têm esse problema. Esse acabou por ser o único problema com a edição, de resto a capa, a fonte e o tamanho das letras estão bem. 
No geral foi um livro engraçado, em que as 337 páginas passaram muito rápidas e foi uma leitura muito boa. É um livro que recomendo sem dúvida. 
Boas leituras.
(4 em 5 estrelas)

Quotes/Melhores Momentos:
  • «O problema da minha geração é pensarmos que somos todos uns génios. Não nos chega criar qualquer coisa, ou vender qualquer coisa, ou ensinar qualquer coisa, nem mesmo fazer qualquer coisa: temos de ser qualquer coisa. É esse o nosso direito inalienável como cidadãos do século XXI» - Página 32
  • «Porque era isso que nós os quatro tínhamos feito - tínhamos atravessado um limite. Não quer dizer que tivéssemos feito alguma coisa de mal. Só quero dizer que nos tinha acontecido qualquer coisa que nos separava de montes de outras pessoas. Não tínhamos nada em comum além do facto de termos ido ali parar àquele quadrado de cimento muito acima do chão, e essa era a coisa mais importante que se podia ter em comum com alguém.» - Página 85
  • «Quando nos sentimos infelizes, acho que tudo no mundo - ler, comer, dormir - tem qualquer coisa enterrada lá dentro que nos faz sentir ainda mais infelizes.» - Página 197
  • «Passamos todos tanto tempo sem dizer aquilo que queremos porque sabemos que não o podemos ter. E porque isso parece ser desagradável, ou ingrato, ou desleal, ou infantil, ou banal. Ou então, porque estamos tão desesperados por fingir que está tudo bem, que confessar para nós próprios que não está parece um mau filme. Vá lá, diz o que quiseres. Talvez não muito alto, para não te meteres em sarilhos. (...) Seja o que for, di-lo para ti mesmo. A verdade libertar-te-á. Ou então, far-te-á levar um soco no nariz. Sobreviver com o tipo de vida que se leva implica mentir, e mentir corrói a alma, por isso, pára de dizer mentiras só por um minuto.» - Página 262
  • «Também há outras maneiras de uma pessoa morrer sem se suicidar. Pode deixar morrer partes de si.» - Página 295
Trailer da adaptação do livro para o cinema:

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