sábado, 16 de julho de 2016

Felizmente Há Luar! - Resenha

Felizmente Há Luar!



Sinopse: «Denunciando a injustiça da repressão e das perseguições políticas levadas a cabo pelo Estado Novo, a peça Felizmente Há Luar!, publicada em 1961, no mesmo ano de Angústia para o Jantar, esteve proibida pela censura durante muitos anos. Só em 1978 foi pela primeira vez levada à cena, no Teatro Nacional, numa encenação do próprio Sttau Monteiro»
Nome do livro: Felizmente Há Luar!
Nome da Autora: Luis de Sttau Monteiro
Editora: Areal Editora
Número de páginas: 140 páginas
Resenha: Felizmente Há Luar é aquele livro rápido e simples de se ler que, no fundo, tem uma boa história e representa uma realidade. A peça segue Portugal durante anos de grande instabilidade no qual sofríamos com as invasões francesas, éramos liderados por ingleses e o nosso rei, e a família real, se encontravam refugiados no Brasil. 
A personagem principal que, apesar de nunca aparecer, é várias vezes de mencionando, é acusado de encabeçar a revolução, Gomes Freire de Andrade. O livro segue assim Beresford (general inglês encarregado de liderar o exército e que só se preocupava com as suas necessidades), o Principal Sousa (representante da degradação dos valores da igreja) e Miguel Forjaz, representante do reino - todos estes são aqueles que levam à prisão de Gomes Freire de Andrade e que o utilizam para mostrar ao povo que qualquer revolucionário será castigado. Vemos ainda o povo (do qual se destaca Manuel e Rita), Matilde de Melo, mulher do General, e Sousa Falcão, grande amigo de Gomes Freire. 
O livro apresenta uma grande crítica social a Portugal e ao seu governo e acabou mesmo por ser proibida em Portugal aquando do governo Salazarista e retratava as injustiças vividas na época. 
O livro é bem rápido de se ler, dividido em dois atos, sendo o primeiro antes da prisão do general e o segundo depois, é uma peça incrível. 
É um livro altamente simbólico e cheio de significados, além de ter bastantes frases com significado. 
As suas poucas páginas não permitem dizer muito mais do que isto, mas é um livro que recomendo sim, especialmente para quem gosta de teatro ou de história.

(3 estrelas em 5)

Quotes/Melhores Momentos:
  • «A sabedoria é tão perigosa como a ignorância.» - Página 36
  • «Ensina-se-lhes que sejam valentes, para um dia virem a ser julgados como covardes. 
    • Ensina-se-lhes que sejam justos, para viverem num Mundo em que reina a injustiça!
    • Ensina-se-lhes que sejam leais, para que a lealdade, um dia, os leve à forca.» - Página 83
  • «Todos somos chamados, pelo menos uma vez, a desempenhar um papel que nos supera. É nesse momento que justificamos o resto da vida, perdida no desempenho de pequenos papéis indignos do que somos.» - Página 89
  • «Os homens fizeram Deus à sua imagem e semelhança e depois fizeram-se à imagem e semelhança de Deus.» - Página 132
  • «Quando os justos estão presos, só os injustos podem ficar fora das cadeias.» - Página 137

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