terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Eu, o Earl e a Tal Miúda - Discussão (com spoilers)

Eu, o Earl e Tal Miúda é um livro que eu já esperava de ter partes bastante obscenas, pelo simples facto de que todo o livro em si estava ligado ao humor negro e normalmente o hhumor negro inclui sempre partes mais obscenas, mas não esperava tanto assim.
A princípio, e quando o Greg começa a dizer que vai contar o que se passou, mas que não aprendeu nada com a morte da Rachel eu pensei que ia ser um livro realmente bom e engraçado, gostei da forma como o Greg foi direto e disse "Eu não aprendi absolutamente nada com a leucemia da Rachel" e "Para mim, pessoalmente, de modo nenhum as coisas ganharam mais significado por eu ter conhecido a Rachel antes de ela morrer. Quanto muito, perderam significado. Certo?", eu pensei que ia ser um livro realista e bom, e até certo ponto foi, mas tem ali uns "pormenores" que estragaram tudo.

Um pormenor que odiei logo: a mãe do Greg. A mulher é completamente maluca, e parece saber e não se importar.
O Earl foi outra personagem que eu não gostei, apesar de parecer que toda a gente o adora, eu realmente achei-o um péssimo amigo.
Aquela parte em que o Earl o acusa de mil e uma coisas e depois ainda lhe bate deixou-me simplesmente irritada e parva quanto ao quão depressa o Greg esqueceu o que o Earl tinha dito e feito. Os irmãos do Earl são ainda piores que ele e o Earl não faz nada quando eles atacam o Greg, isso também foi esquisito. Por outro lado, o Earl às vezes é aquele que parece ter os pés mais fixados à terra e que realmente demonstra pena pela Rachel e que quer mudar a sua situação.
Mas o Earl também me irritou durante grande parte do livro, a forma como ele encarou a doença da Rachel o livro todo era simplesmente irritante, porque ele quase que falava como se ela fosse um fardo e ele só se desse com ela por pena, na verdade, ele praticamente diz isso, e eu odiei essa parte.
A Rachel nalguns momentos parecia simplesmente querer morrer e eu não percebi bem o porquê disso.
Por outro lado, adorei o pai do Greg e a sua forma estranha de ser, o professor que o Greg e o Earl achavam que os tinham drogrado e a mãe da Rachel, outra personagem completamente maluca.
Houve um momento em que eu comecei a achar que o Earl gostava mais da Rachel do que só como amigo, quer dizer, ele tinha praticamente acabado de começar a dar-se bem com ela e já se preocupava mais do que o Greg, apesar de o Greg se preocupar praticamente nada, mas achei realmente que o Earl se preocupou demais até.

Mas de tudo, os momentos que me pareceram mais irreais e parvos foram todas as vezes que o Greg tentava fazer uma piada, e toda a gente se ria, mas não tinham piada nenhuma, como aquelas piadas sobre o vómito de alien e sobre ele andar atrás dele e terem sido eles a colocá-lo no hospital. Todos se riam, mas eu não achei piada nenhuma.
Temos ainda o facto de que o Greg só se importava com o corpo das raparigas, era a única coisa que lhe parecia chamar a atenção realmente e fazê-lo reagir.
Quando o Earl e o Greg vão até ao restaurante, quase no final, e começam a fazer piadas sobre a comida que estará no prato, deu-me vontade de vomitar com as hipóteses que eles deram, não gostei nada dessa parte.
Mas no final, quando o Greg diz que tem passado mais tempo com o Earl e que tem começado realmente a ouvi-lo e que descobriu que "o Earl é maluco dos cornos" eu ri muito, isso era o mais óbvio o livro todo e o Greg só percebeu quando o começou realmente a ouvir, ri imenso.
Adorei simplesmente o facto de o livro estar a ser feito pelo Greg para a universidade onde anda para contar o que se tinha passado na sua vida nos últimos tempos e o facto de ele próprio admitir que era preciso ser louco para o aceitar depois daquele livro, eu realmente adorei o final.
No fim, tirando alguns pormenores e algumas partes desnecessárias de personagens, eu até que gostei do livro.

Resenha (sem spoilers) AQUI

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