Como fã da música da Taylor Swift, e devido a todas as notícias que ela já protagonizou ao longo da sua longa carreira, fiquei bastante interessada na ideia de um documentário sobre a sua carreira. Assim, decidi tirar uma hora e meia do meu tempo e assistir a este novo documentário da Netflix. E que documentário incrível.
Quem acompanha minimamente a indústria da música pop, conhece e sabe o valor que a Taylor Swift merece. Estamos a falar de dezenas de músicas nos tops, algumas das tours com mais dinheiro arrecadado, milhões e milhões de euros mexidos apenas com base numa pessoa. Exatamente por esse motivo, e por considerar que a sua música é boa, nunca percebi exatamente o ódio que ela recebia.
Para minha grande felicidade, a questão do ódio que ela recebe é exatamente uma parte importante deste documentário, e acaba mesmo por moldar a opinião das pessoas sobre ela.
Durante o decorrer do filme, acompanhamos a Taylor desde o princípio até ao lançamento das suas músicas mais recentes, ou seja, acompanhamos a Taylor dos 13 anos e terminamos com a dos 29. E durante o decorrer da sua idade, encontramos também diversos acontecimentos que se tornaram notícias.
Primeiramente, e como seria de esperar, falamos da vida amorosa da cantora. Esta parte é introduzida através de notícias e de imagens dela com todos aqueles com quem a media a conectou romanticamente, para depois passarmos para um conjunto de referências ao seu atual namorado e ao facto de eles terem decidido ter uma relação privada. Sinceramente, acho que esta parte não poderia ter sido feita de melhor forma: não ignora o assunto, mas refere o porquê de não o aprofundar. Gostei bastante de como este tema foi mencionado.
Os restantes temas mencionados lançam uma luz completamente nova a tudo o que já conhecemos. Vemos o conhecido momento em que Kanye West a interrompe em palco, retirando-lhe o protagonismo num dos momentos mais importantes da sua vida (e confesso que ver este vídeo pela primeira vez em anos só me mostrou, ainda mais, o quão devastada ela parecia nesse momento), assim como a reação dela pós escândalo. Vemos o progredir da problemática com o Kanye até à música Famous, a guerra pública, mas tudo pelos olhos da própria cantora. O que ela sentia, o que ela pensava e a visão dela dos problemas.
Vemos o caso dela em tribunal contra o DJ que a assediou, vemos (e é explicado) a ausência dela dos media durante um ano, vemos o retorno dela, a decisão (e a difícil escolha) de publicamente demonstrar a sua primeira posição política. Acompanhamos os momentos que todos os que a acompanham conhecem, mas através de uma luz completamente diferente: a visão de quem a viveu.
Além disto o documentário introduz duas grandes questões que publicamente a Taylor nunca falou muito: os seus distúrbios alimentares e a solidão que às vezes a rodeia, o seu isolamento.
Para quem é fã da cantora, ou mesmo para quem não é fã, este documentário é algo incrível que mostra aquilo que se passa por detrás das câmaras, o que a cantora pensar. E é assim que percebemos o quão adulta ela é e sempre foi.
Houveram apenas duas temáticas que eu esperava que fossem tratadas durante o documentário e não foram mencionadas nenhuma vez: o problema com o Scooter Braun (que é agora detentor de todos os direitos dos álbuns mais antigos da cantora), apesar de que aqui, considerando que é ainda algo recente e em desenvolvimento, eu meio que esperava que não focassem muito, e, claro, a grande guerra que houve com a Katy Perry, que em momento nenhum foi mencionado, o que me surpreendeu sinceramente, talvez por elas já serem amigas tenham optado por não voltar a atrair atenção para a situação.
Todas estas palavras que aqui escrevi têm apenas um objetivo: fazer-vos ir ver este documentário incrível. Não pela cantora em si, mas para mostrar a importância de compreender o que se passa por detrás das câmaras, de não abusar na "cancel culture" que agora tanto é utilizada por qualquer acontecimento. Por favor vejam, apreciem e, acima de tudo, aprendam a valorizar ainda mais os artistas.
«Everyone's a shiny, new toy for, like, two years.
The female artists that I know of have reinvented themselves 20 times more than the male artists.
They have to... or else you're out of a job. Constantly finding new facets of yourself that people find to be shiny.
Be new to us, be young to us, but only in a new way and only in the new way we want.
And reinvent yourseld, but only in a way that we find to be equally comforting but also a challenge for you.
Live out a narrative that we find to be interesting enough to entertain us, but not so crazy that it makes us uncomfortable.» - Taylor Swift in Miss Americana
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